Covid, chegou minha vez

 

Quinta-feira, 02/06/2022, 18 h, 17 graus, muito nublado, chuvisco fino e frio

... e neste dia cinzento confirmei que também sou humana e carrego um corpo frágil. Por mais de dois anos me senti inatingível, tomei todas as precauções e vacinas e pressenti que não era ainda a minha hora, não seria por esta via que me despediria desta vida.

Hoje testei positivo, a covid me pegou, branda, já combati resfriados mais brabos. 7 dias de isolamento. De volta à rotina a qual me acostumei e aprendi a amar.

Afinal, o que é a rotina? É o que coloco no meu dia, no horário mais apropriado, é o que quero, gosto, posso e preciso fazer, não exatamente nesta ordem, porque já aboli o que não gosto e gosto do que preciso e posso fazer.

Quis muito fugir da rotina, insisti até meu marido ceder e me levar pra tomar outros ares, mais frios, gelados e cheio de gente circulando como se nada houvesse de errado no ar.

Não dá pra saber como o vírus me alcançou: se pelas mãos de alguém, se pelo vento do pastel, se no café da manhã ou chá da tarde, envolto no chocolate, grudado no cálice, na torneira ou maçaneta, no meio do jardim, só sei que em vez de malha veio na mala misturado com a bagagem como lembrança da viagem, o famigerado vírus.

Viajar é levar a gente pra outro lugar pra animar e relaxar e se decepcionar ao perceber que nada muda, o que permanece é a mesma necessidade de ir ao banheiro, de comer, de dormir...

A gente carrega a cutícula dolorida, a dor de barriga. Tudo se resume a atravessar distâncias e permanecer querendo as mesmas coisas.

Viajar é sair da rotina e rotina é o que escolhemos pra vida. Pra que fugir se a gente se leva e não se esquece, os sentimentos vão juntos, pesam mais que a bagagem!

Já, já passa e vou querer viajar de novo. Hoje, o melhor lugar para estar é em casa. 

Enfim, estamos todos bem. Fica bem você também.