HOLOCAUSTO

o homem tosco

não conta com apoio

e tampouco repousa

na noite medonha

 

o homem doido

de dor e pavor

soube do torvo no trono

 

monstro louco no topo

impôs onda de torpor

aprontou forno sem fogo

forno morno  amorfo

 

com assombro

o homem trôpego

soube da moça  do moço

ontem corpo e rosto

hoje monte de osso

disposto um contra outro

sob domínio marrom

 

como camundongo

na sombra da noite

o homem insone de fome

se sonha: sou morto

 

pouco chorou

pouco sobrou do corpo que fora

o demônio montou em seu sono

e tornou o sonho

um horror medonho

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Comentários

  1. Ita Querida,
    Como sempre, escrevo e desapareço...terceira tentativa...
    Tenho muito orgulho de te conhecer e de ser sua amiga!
    Vc é ótima!!! Bj forte! Regina

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  2. Ita querida, muito obrigada por registrar este momento tenebroso com tua poesia tão repleta de sensibilidade.
    Sim, lembrar para jamais esquecer....

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  3. Uma poesia forte mas precisa . As atrocidades que uma guerra pode ocasionar merecem ser lembradas , retidas . Certamente novos tempos virão e a bondade humana prevalecerá. Excelente , parabéns. Timotheo

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  4. Obrigada, Timotheo
    Bondade prevalecerá, será?

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  5. Puxaa, saber que essa poesia é baseada em fatos reais ......aperta o coração....😔

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  6. Já diz tudo!! Boa jogada com as palavras. Pena que é sobre um episódio triste, tortuoso... Porém, nunca esquecer!! Parabéns pela escrita!! Beijos!! Mina!!

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